13 de dezembro de 2006

Ler-Imaginar-Sonhar

"Que extraordinário exercício de alienação é a literatura! Mergulhados num livro a realidade que nos cerca deixa de existir. Estamos inteiramente no mundo do pensamento. Se Marx estava certo ao afirmar que “o homem é o mundo do homem” então, na literatura, tornamo-nos criaturas dos muitos mundos da fantasia. Tornamo-nos personagens de uma estória inventada, “atores” de teatro. “Não é incrível que um ator, por uma simples ficção, um sonho apaixonado, amolde tanto sua alma à imaginação, que todo se lhe transfigure o semblante, por completo o rosto lhe empalideça, lágrimas vertam dos seus olho, suas palavras tremam e, inteiro seu organismo se acomode à essa mera ficção? ( Shakespeare, Hamlet, ato 2º., cena II). Os atores são seres alienados da realidade por estarem vivendo totalmente no mundo da ficção. É nisso que se encontra “a virtude paradoxal da leitura, que consiste em fazer-nos abstrair do mundo para lhe encontrarmos um sentido.” ( Daniel Pennac, Como um romance, ASA, Portugal, p. 17 ). Todo artista é um fingidor. Todo leitor tem de ser um fingidor. Fingir, brincar de fazer de contas, tratar as coisas que são como se não fossem e as coisas que não são como se fossem! É dessa loucura que surgem as mais belas criações da arte e da ciência. Por isso eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso: introduzir os alunos no mundo mágico do pensamento tal como ele acontece na literatura.. Quem experimentou a magia do pensamentouma única vez não se esquece jamais... "
Texto capturado do site, em 13/12/06

2 de dezembro de 2006

Mídias

Nas palavras de Pierre Levy, "Estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço no plano econômico, político, cultural e humano. Que tentemos compreendê-lo, pois a verdadeira questão não é ser contra ou a favor, mas sim reconhecer as mudanças qualitativas na ecologia dos signos, o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e cultural. Apenas desta forma seremos capazes de desenvolver estas novas tecnologias dentro de uma perspectiva humanista." (Cibercultura-1999)
Não há volta, não podemos mais como professores, ignorar o "mundo" de possibilidades que abre-se com as novas formas de comunicação.Com diz o professor Pier Rivoltella, " A mediação educativa hoje é uma mediação entre a velocidade e a quantidade das informações, é a possibilidade de fazer sentido criticamente sobre as informações(...) precisa a presença do educador como mediador de conhecimento."
Percebo a importância do papel do professor para que a escola seja "atraente" para o aluno, mais do que isso, que o "traga" para refletir sobre o que ele vive fora dela. Uma reflexão baseada, como disse a Professora Rosa M.B. Fischer, cientificamente e não só no senso comum, resignificando suas concepções a respeito do que realmente possuiu valor e importância em sua vida.
Trazer o "mundo" para dentro da escola significa fazer uso pedagógico das mídias pois elas fazem parte da vida de todos nós diariamente.
Como usá-las em sala de aula? O professor precisa ter certa fluência no uso das mídias para que possa usá-las pedagogicamente. Na verdade não precisa ser um "expert" na tecnologia, mas precisa sim , saber o que pode fazer com elas Fica difícil saber quando pensamos em uma aula centrada na transmissão de conhecimentos. Onde o professor é o dono do saber, onde o professor não abre espaço para que o aluno participe, questione, argumente, justifique, seja autor, colaborador construindo seu conhecimento. É preciso que o professor crie novos espaços de aprendizagem. Refletir sobre sua prática, mudando suas concepções para que isso aconteça. O uso das mídias vai além dos limites tecnológicos, atingindo dimensões pedagógicas e humanísticas, podendo avançar sobre as abordagens relativas à cognição e a aprendizagem humana, como as teorias de Piaget, Vygotski, entre outros.

Professora Parceira

A professora Laurinha Schmitt de Oliveira é a minha parceira para o Projeto de Aprendizagem que faremos em 2oo7.Vamos trabalhar com uma turma do Curso Normal. Somos de áreas diferentes Laurinha é professora de Literatura, Português. Eu de Matemática, nos conhecemos há muito tempo e quando nos encontramos "todos" os assuntos nos interessam. Para vocês terem uma idéia de minha parceira coloco aqui seu pensamento sobre inclusão digital.
Há uma década, o computador na escola brasileira era realidade apenas das escolas privadas. Atualmente, já é uma realidade de um grande número das escolas públicas brasileiras, mas isso não significa que essa tecnologia esteja sendo usada na sua plena pontencialidade, pois muitas escolas disponibilizam as salas de computação apenas para aulas de informática, sem inclui-lo ao projeto pedagógico. É o mesmo que deixar trancados os livros da biblioteca sem relacioná-los ao processo de leitura e escrita.
Atrasar a inclusão digital no processo político pedagógico é distanciar-se da geração que está aí, pois os jovens e as crianças sabem desfrutar por conta própria das potencialidades do mundo digital, mesmo que seja somente com intuito de lazer. Enquanto isso, nós professores limitados, muitas vezes, pela inabilidade de lidar com esta tecnologia, ficamos constrangidos diante da desenvoltura de nossos alunos e partimos para uma atitude de omissão ou de supervalorização do recurso “quadro-giz”. Esquecemos de exercer o papel de educador que é dar sentido ao uso da tecnologia, mediando e instigando a produção do conhecimento com referência a um universo de possibilidades como jogos virtuais, leitura de imagens,pesquisas na internet ou até mesmo criando páginas para que nosssos alunos escrevam seus textos e os publique.
Se encararmos o processo de aprendizagem como uma troca onde mestre não é aquele que somente ensina, mas sim aquele que de repente aprende, parodiando o romancista Guimarães Rosa, comprovaremos que muito podemos apender e ensinar aos nossos alunos. Desde situações simples como pesquisar na internet, que tem muita coisa boa e confiável, mas também tem muito “lixo”, ou seja informações sem referência de fonte de procedência que circulam livremente como grandes verdades. Com isto estaremos formando uma geração mais crítica e sábia. É preciso somente um pouco de ousadia e confiança em nós mesmos, pois há muito tempo já comprovamos que as quatro paredes e um quadro-giz não são suficientes no ato de ensinar
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