28 de junho de 2008

Léa Fagundes

Promovida pelo NIDI, Núcleo de Inclusão Digital de Caxias do Sul, tivemos a oportunidade de participar da palestra com a Professora Léa Fagundes, consultora do Programa de Inclusão Digital do Ministério da Educação e coordenadora pedagógica do projeto piloto UCA (Um Computador por Aluno), desenvolvido pelo Laboratório de estudos Cognitivos da UFRGS. Durante a palestra com interação do público, a professora abordou a metodologia de trabalhar com Projetos de Aprendizagem metodologia essa baseada no construtivismo, entre outros assuntos que surgiram. Falou de seus estudos da Epistemologia Genética de Jean Piaget e da importância desta ciência. Lembrei-me então, do início do meu Curso de Especialização e de como me sentia diante da leitura de parte da obra de Piaget, que não conhecia. Vim de uma escola tradicional onde a concepção é embasada na teoria empirista/instrucionista, ou seja, de Transmissão de conhecimento, o conteúdo a ser desenvolvido é determinado pelo professor, pois é esse que tem o poder de “ensinar” e ao aluno resta simplesmente, receber o conhecimento pronto. [...] tudo parte das decisões do professor, e a ele, ao seu controle, deverá retornar. Como se o professor pudesse dispor de um conhecimento único e verdadeiro para ser transmitido ao estudante e só a ele coubesse decidir o que, como, e com que qualidade deverá ser aprendido. Não se dá oportunidade ao aluno para qualquer escolha. Não lhe cabe tomar decisões. Espera-se sua total submissão a regras impostas pelo sistema [...].Fagundes (1999, p. 15 - 16).

Através das leituras, entendi que as noções básicas de um sujeito em crescimento não provém do meio, através dos órgãos de sentido (empirismo), nem são apríoristicas ( o sujeito já traz na bagagem hereditária) e sim, parte da interação ativa do sujeito com o meio. Para Piaget, o conhecimento não está nem no sujeito nem no objeto, mas é construído na interação do sujeito com o objeto. É interagindo que sujeito produz sua capacidade de conhecer, ao mesmo tempo em que produz o próprio conhecimento. A partir da interação com a teoria piagetiana de construção de conhecimentos como pensar em continuar a usar em sala de aula uma metodologia centrada na fala do professor, seguindo ora uma concepção que acredita que o sujeito aprende ouvindo, vendo, escutando, ora, que a qualquer momento terá um insight e assim aprenderá.
Na metodologia de aprendizagem por projetos, uma prática pedagógica baseada na construção de conhecimento, que agora estou aplicando com minhas alunas do curso normal, ao invés de dar o raciocínio pronto, o professor falando e o aluno ouvindo, o professor passa a ser desafiador, ou seja, aquele que abre espaço à participação dos alunos, favorece a autonomia na escolha, questiona e problematiza para gerar conflitos cognitivos e com isso, o desenvolvimento da inteligência e a construção do conhecimento. Essa forma de trabalhar a construção de conhecimento implica numa grande mudança de concepção pedagógica, portanto, uma possibilidade de mudança na prática
. Foi o que aconteceu comigo.

2 comentários:

Eugenia disse...

Penso que a escola como espaço de construção do conhecimento está chegando muito atrasada à era tecnológica e uso das TICs para aprender-ensinar. Ora esta deveria ter sido a primeira a encampar essa nova prática. Agora precisamos correr atrás em busca de um tempo perdido. seria possível reaver esse tempo dentro da escola?
Parabéns pelo mapa conceitual postado. Muito esclarecedor...
Eugenia

Eugenia disse...

Penso que a escola como espaço de construção do conhecimento está chegando muito atrasada à era tecnológica e uso das TICs para aprender-ensinar. Ora esta deveria ter sido a primeira a encampar essa nova prática. Agora precisamos correr atrás em busca de um tempo perdido. seria possível reaver esse tempo dentro da escola?
Parabéns pelo mapa conceitual postado. Muito esclarecedor...
Eugenia